Ele veio muito pequeno da Itália para o Brasil com seus pais, como muitos italianos daquela época, para morar no interior de São Paulo e viver de agricultura. Cresceu trabalhando na roça e com o tempo e dedicação gerenciou fazendas até que se instalou em Uchoa, onde construiu seu próprio sítio dedicado a plantação de café, laranja e limão, entre outros. Seu trabalho e amor pela terra o tornaram um agricultor que fazia brotar, frutificar, fluir com suas mãos. Um verdadeiro encantador amoroso, famoso por conseguir fazer beleza do caos.
Referência número um em valores de vida. Por ele, minha infância foi maravilhosa e o que sou, é em grande parte consequência da felicidade dessa convivência.
O sítio foi meu primeiro idílio. Correr descalça entre os pés de café e laranja, subir nas jabuticabeiras e mangueiras... Comer jaca sentada no chão, enquanto ele com sua faquinha nas mãos ia distribuindo os gomos e contando histórias. O vento no rosto e o cabelo duro de poeira na caçamba da caminhonete pela estrada, uma das minhas aventuras prediletas. O "pon" fresquinho (como ele falava pão com sotaque italiano) do café da tarde e a horta colorida no quintal que ele mantinha com um cuidado digno de mestre Zen.
A hora de ficar quieta enquanto ele assistia religiosamente ao Jornal Nacional, aproveitar a soneca imprevista para fazer "chuquinhas" nos seus cabelos grossos e fartos e depois vê-lo acordar dando risada da travessura.
Não tinha melhor lugar no mundo, um estar-em-casa, aconchego, carinho sem igual.
Lembro das suas tardes no ponto de táxi, conversando e rindo com os amigos e o respeito que a cidade toda tinha por ele. E o orgulho de carregar a neta e apresentar a todos como "seu sangue", o que me dava uma sensação especial de pertencer a um mundo mágico onde só com ele era possível acessar.
Eu o amo tanto que nem sei como expressar pois o alcance se torna mínimo, as palavras frágeis, tudo fica pequeno quando se fala dele. Porque o que aprendi com ele, meu grande mestre, foi na troca, na brincadeira, na risada, na mão dada, na caçamba da caminhonete, na força da palavra firme, num silêncio. Acima de tudo, aprendi com ele no exemplo, onde palavras, atitudes e sentimentos estavam alinhados, um homem íntegro cuja presença nos levava junto sem nenhum esforço. Um respeito tão natural e sem medidas de uma afinidade que vai além, não se explica. Nunca levei uma bronca, nunca sequer brigamos. O que sempre prevaleceu foi gratidão e amor. Ação no fio do bigode, italiano de gênio forte e coração sem tamanho. Com ele entendi o real significado de hombridade.
Meu agradecimento profundo por tudo, tudo meu avô que você ofereceu. Levarei comigo esse legado precioso por toda a vida e espero, ao fim dela, ter tido ao menos uma parte da dignidade da sua.
Meu amor a você, Ângelo Dario Marcuzzo.
Referência número um em valores de vida. Por ele, minha infância foi maravilhosa e o que sou, é em grande parte consequência da felicidade dessa convivência.
O sítio foi meu primeiro idílio. Correr descalça entre os pés de café e laranja, subir nas jabuticabeiras e mangueiras... Comer jaca sentada no chão, enquanto ele com sua faquinha nas mãos ia distribuindo os gomos e contando histórias. O vento no rosto e o cabelo duro de poeira na caçamba da caminhonete pela estrada, uma das minhas aventuras prediletas. O "pon" fresquinho (como ele falava pão com sotaque italiano) do café da tarde e a horta colorida no quintal que ele mantinha com um cuidado digno de mestre Zen.
A hora de ficar quieta enquanto ele assistia religiosamente ao Jornal Nacional, aproveitar a soneca imprevista para fazer "chuquinhas" nos seus cabelos grossos e fartos e depois vê-lo acordar dando risada da travessura.
Não tinha melhor lugar no mundo, um estar-em-casa, aconchego, carinho sem igual.
Lembro das suas tardes no ponto de táxi, conversando e rindo com os amigos e o respeito que a cidade toda tinha por ele. E o orgulho de carregar a neta e apresentar a todos como "seu sangue", o que me dava uma sensação especial de pertencer a um mundo mágico onde só com ele era possível acessar.
Eu o amo tanto que nem sei como expressar pois o alcance se torna mínimo, as palavras frágeis, tudo fica pequeno quando se fala dele. Porque o que aprendi com ele, meu grande mestre, foi na troca, na brincadeira, na risada, na mão dada, na caçamba da caminhonete, na força da palavra firme, num silêncio. Acima de tudo, aprendi com ele no exemplo, onde palavras, atitudes e sentimentos estavam alinhados, um homem íntegro cuja presença nos levava junto sem nenhum esforço. Um respeito tão natural e sem medidas de uma afinidade que vai além, não se explica. Nunca levei uma bronca, nunca sequer brigamos. O que sempre prevaleceu foi gratidão e amor. Ação no fio do bigode, italiano de gênio forte e coração sem tamanho. Com ele entendi o real significado de hombridade.
Meu agradecimento profundo por tudo, tudo meu avô que você ofereceu. Levarei comigo esse legado precioso por toda a vida e espero, ao fim dela, ter tido ao menos uma parte da dignidade da sua.
Meu amor a você, Ângelo Dario Marcuzzo.
Um comentário:
Então é isso... no olhar, na mão, na atitude, na coerência, no Amor... sentimento q. traz tudo isso e mais um pouco.. então devemos ser fiéis, vamos bridar à isso... ao Amor (com letra maiúscula mesmo)... esse que dá o exemplo, que ensina, que conduz, que inspira, esse que como exemplo se dá e se dando basta muito mais q. recebendo.
Beijos mina... amei.
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