sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Meus mestres do cinema

Tudo começou com "My own private Idaho", de Gus Van Sant. Ali entendi, que alguns diretores de cinema tinham o dom de trazer para as telas um universo íntimo, particular ao qual muitas vezes nem tínhamos acessado até  então e que a partir do momento em que acessamos, nossa vida parece não ser mais a mesma. Muito do que é impossível traduzir em palavras, que pertencem aos simbolismos, alguns grandes mestres conseguiram transformar nessa grande arte.
Amo cinema, de alguns bolockbusters a cults, o importante é que seja vivo, pulsante, humano. Que traga a fantasia a tona, faça sonhar e acordar.
Cinema é como uma "terapia", as vezes um "oráculo" outras como uma meditação, me conheço cada vez mais através dos filmes, vou fundo, viajo. Um filme bom é sempre um novo despertar, uma cortina que se abre para outros olhares e perspectivas.

Aqui seguem os mais marcantes:

Wim Wenders descobri na faculdade. Asas do desejo, Tão longe Tão perto, poesia pra degustar. Paris Texas e o recente Estrela Solitária, road movies belos e profundos, gênero que ele domina como ninguém.

Akira Kurosawa com "Sonhos", me tirou do chão. Que capacidade maravilhosa de representar o etéreo... E "Os Sete Samurais" (que mais tarde inspirou o ótimo western "Sete Homens e um destino") um lindo clássico.

Frederico Fellini, dispensa apresentações. Seu estilo é marcante, leve na condução (que parece sempre fruto orgânico do acaso) ele toca a ferida com suavidade. Com maestria trata do sonho, da fantasia. Meus pereferidos: La dolce Vita, Oito e meio e As Noites de Cabíria.

Tim Burton, visionário, original, criativo, estilo próprio e único. Seja com Noiva Cadáver, Big Fish (meu predileto e um dos filmes mais significativos da vida) ou a Fantástica Fábrica de Chocolates, entre outros curtas de animação. No sombrio, ele joga luz e faz a gente viajar no seu universo fantástico.

Manoj Night Shyamalan, já tinha me impressionado com A Vila. Lady in the Water é um filme que me tocou de forma marcante, cheio de significados profundos que só um homem de alma muito aguçada seria capaz de reproduzir. Talvez o fato de ser ter nascido na Índia contribua pra isso, uma contribuição muito digna ao cinema americano.

Quentin Tarantino foi me ganhar definitivamente com Kill Bill 1 e 2. Ali ficou mais clara a genialidade como roteirista, diretor e editor (adoro seus cortes!). A forma como ele costura referências tão distintas e seus diálogos são brilhantes. Há muita sensilbilidade e sutileza por trás dessa violência toda.

Walter Salles é meu preferido nacional. Sensíbilísssimo. Meus preferidos: Diários de Motocicleta e Central do Brasil.

O melhor de assistir filmes não é analisá-los. É senti-los, contemplá-los, ser nutrido por eles e depois compartilhar a experiência. ;-)

"Towards the true image of that absolute and mysterious reality that nobody will ever see"
Antonioni

Um comentário:

Gustavo Gitti disse...

Demais! Nossas referências são muito parecidas... Falando nisso, você viu The Straight Story??? É do David Lynch, mas ele não tem nada da maluquice de Mulholland Dr.

Eu indico!!! Aqui saiu como A História Real, se não me engano. E é baseada em fatos verídicos... Uma das trilhas mais lindas que já ouvi.

;-)