sábado, 31 de março de 2007

Live to tell


" I have a tale to tell
Sometimes it gets so hard to hide it well
I was not ready for the fall
Too blind to see the writing on the wall

I know where beauty lives
I've seen it once
I know the warm she gives
The light that u could never see
It shines inside
You can't take that
From me

A man can tell a thousand lies
I've learned my lesson well
Hope I live to tell the secrets
I have learned
Till then it will burn inside of me
The truh is never far behind
You kept it hidden well
Hope I live to tell the secrets
I knew then will I
Ever have a chance again?

If I ran away I'd never have the strengh
To go very far
How would they hear
The beating of my heart
Will it grow cold
The secret that I hide
Will I grow old?
How would they hear
When will they learn
How would they know?"

sexta-feira, 30 de março de 2007

Um segredo


"Enquanto não estivermos comprometidos, haverá a hesitação, possibilidades de recuar e a sempre ineficácia.
Em relação a todos os atos de iniciativa e de criação, existe uma verdade elementar,cuja ignorância mata inúmeros planos e idéias esplêndidas.
No momento em que, definitivamente, nos comprometemos, a providência divina também se põe em movimento...
Todos os tipos de coisas ocorrem para nos ajudar, que em outras circunstâncias nunca teriam ocorrido. Todo um fluir de acontecimentos surge a nosso favor como resultado da decisão, todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e de ajuda material, que nenhum homem jamais poderia ter sonhado encontrar em seu caminho...
Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar.
A coragem contém em si mesma a força e a magia.
Que assim seja!, Assim é, e assim será."

Em primeiro lugar, me comprometer com minha essência e com meu coração. E assim me uno ao universo e sua magia.
Depois me comprometo com o mundo, com tudo de externo que contenha o que está dentro de mim.
Exercício de todo dia, sinais a todo momento, respostas que dão direção.
Me sinto no caminho.

Hoje mergulhei nos desejos, e descobri que eles também fazem parte da minha proposta, portanto soube entrar e sair de sua energia e isso me deixou bem. Não fiquei refém, não supervalorizei. Me empolguei, mas na primeira respiração voltei ao caminho.
Posso seguir tocando, sentindo, cheirando, degustando, olhando.
O que está aqui dentro é um segredo só meu que compartilho plenamente com o Universo.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Uma casa para mim, uma casa para voce


A palavra casa.
O que é uma casa pra alguém?
Um lugar seu, acolhedor, onde você pode se sentir a vontade, proteção, segurança.
Muitas vezes sua identidade. Um lugar cheio de lembranças. Um lugar de valor emocional.
Para outros, investimento, um imóvel.
Estou procurando minha casa no campo abstrato. Um lugar onde sou.
Pra vc tenho que pensar no concreto.
Tem sido muito difícil pra mim, embora eu não demonstre.
Um lado meu diz que será uma boa mudança pra ti. Renovação, uma vida mais tranquila, mais independente, mais honesta.
O outro procura um lugar pra vc onde vc possa sentir tudo isso que sente na sua casa hoje. Unir o abstrato e o concreto, e isso tem sido duro pra mim.
Quero ver vc muito bem, muito. Principalmente por ser algo que vc não queria, não pediu para acontecer. Sinto que vc se sente meio despejada por inúmeros motivos. Meio a mercê. E eu juro que estou tentando um jeito de minimizar isso, mesmo quando quero tirar tuas ilusões, te colocar na realidade quando tudo o que vc queria era sonhar, uma única vez nessa vida.
Você não vai ler esse blog. Mas os anjos estão contigo, essa casa vai ser iluminada, vai ser tua, verdadeiramente tua.

Ela virá, e lá vc vai preenchê-la de tudo de bom que vc deseja, de muita esperança e eu espero, de uma paz que vc nunca sentiu antes.
Estou contigo mãe.

Ser

"Se pensa que a sua vida se resume ao fazer, você não tem consciência de quem é.
Sua alma não se importa com o que você faz para ganhar a vida e quando a sua vida terminar, você também não se importará com isto.
Sua alma só se importa com o que você está sendo enquanto está em atividade."

domingo, 25 de março de 2007

O Bom Pastor

Fui assistir ao filme "O Bom Pastor". Trama muito boa, Matt Damon está ótimo, tema interessante.O filme mexeu comigo e aos poucos vou percebendo as razões.
Tirando toda trama sobre a CIA, ao que ela se propõe e o que significa fazer parte dela, o que mais me chamou a atenção foi o personagem principal. Sua trama interna que eu me coloquei a decifrar sem saber que estava fuçando em alguma coisa em mim.

Edward, é um cara sufocado por tudo que ele procura ser, e pelo que guarda consigo. Não a toa ele faz parte de uma entidade secreta, uma realidade paralela. Guarda segredos, tenta a qualquer custo ser tão reto a serviço de uma instituição onde prevalece a hipocrisia, a manipulação, a crueldade (grande paradoxo). Ele é fiel até o fim a ela, mas trai a tudo mais a seu redor e principalmente a si mesmo. Assim ele fez com o casamento, ele se casa mesmo sem amar, abandona seu verdadeiro amor em nome do dever de fazer o que tem que ser feito.
Edward procura ser tão eficiente, tão perfeito eticamente (lutando o tempo todo para não fazer o que fez seu pai) que ele acaba por cometer atitudes que vão cair no extremo oposto: assassinatos, torturas, cagoetagem, infelicidade, traição. Ele me parece sempre ileso, a parte dos outros, como numa redoma. E quem está por perto paga um preço muito alto por suas escolhas e jogos. Esse é o modo como ele conduz suas ovelhas...

Me perguntei quantas vezes na vida, fiz algo simplesmente por ser ético, para ser uma boa pessoa, uma boa cidadã. E quantas vezes pessoas devem ter interagido comigo assim também. Quantas vezes me fechei em valores que considerava virtuosos, mas que me afastavam do humano, e assim, me cegavam a ponto de comprometer muitas relações, eme levavam ao oposto do que eu pensava atingir...
O mais fácil é se questionar sobre o que não é ético, o que não fazemos de ético, sobre fraquezas e defeitos. Mas... e as virtudes? Supostas virtudes... Onde elas nos levam? Onde elas me levam?
Questiono porque tudo isso está muito confuso pra mim. Valores. Até onde é bom ter firmes valores e convicções? O "mal" fica mais fácil saber onde leva, é mais óbvio no meu entendimento mas e levantar a bandeira do bem e da ética? Merece ser a qualquer custo?Quando é a hora de parar?

A conclusão que me vem é que nem oito nem oitenta. Falta de valores e ética não é um bom caminho. Mas uma ética por ser ética apenas, valores para se dizer que tem, para ser um bom modelo também não me parece positivo. Ambos caem nas mesmas armadilhas, de sermos pegos na curva da impermanência pois são dois lados da mesma moeda. Mais uma vez, o tão almejado caminho do meio me parece uma boa saída, onde o que é, é porque simplesmente é, nem bom nem ruim. Integração das polaridades, tudo depende do contexto em que se encontra.

As vezes as virtudes aprisionam. O dever aprisiona. É como se quiséssemos estar perto do Divino, mas chegamos mais perto do Inferno. Tenho me questionado muito sobre esse território intocado que são os meus mais caros valores, dos quais me orgulho, que tanto cultivo. Não gostaria de abandoná-los, mas preciso encontrar um sentido muito sincero pra eles...

Os conceitos, por si só são apenas palavras e são temporários, impermanentes. O conceito vivido é experiência direta, é incorporado, é sabedoria. Se servirem a uma motivação positiva a nós e aos demais, então terá um sentido positivo e um alcance amplo, onde nós mesmos podemos colocar em xeque de acordo com cada contexto nossas convicções e "valores".

sábado, 24 de março de 2007

O chamado do ego e o chamado da alma


"Todos nós buscamos a felicidade...

E nessa busca percorremos caminhos que nem sempre nos levam a ela... Muitas vezes nos afastam cada vez mais do ponto onde a felicidade se encontra...

Aprendemos a querer coisas que na verdade não queremos, impostas pela mídia escrita, televisiva ou radiofônica, dentre muitas outras... Numa total incoerência com a nossa natureza...

Desde criança somos levados a acreditar que a felicidade será encontrada em coisas fora de nós... E nos são dadas ao longo dos tempos muitas fórmulas prontas... E muitos caminhos que apontam para a tão buscada e almejada felicidade...

E acabamos acreditando que fora daqueles padrões e daqueles conceitos não existe a menor chance de sermos felizes... E vamos por aí... Conquistando coisas... Cargos... Status... e muito Stress... E a perseguição contínua no encalço da felicidade...

Essa felicidade de consumo imediato nos dá uma reação narcótica... Dá um sentimento de vazio quando constatamos que não era bem aquilo que esperávamos... Uma sensação de ter vencido a corrida e não levarmos o prêmio maior... Um verdadeiro enjôo insípido nesse momento soturno...

Mas... A voz do ego nos chama de muitas formas para o recomeço... Nos embriagando cada vez mais, e nos enveredando pelos labirintos tenebrosos dos vícios daquilo que tem fácil digestão, que são atrativos e fortemente convincentes... E de novo embarcamos nessa ilusão imposta... Que não tem conexão com a nossa vontade e verdade mais profunda...

E podemos ficar perdidos no meio de tantos chamados do ego... Tentando chegar aos muitos finais onde existem as promessas que nunca se cumprem e cada vez mais nos afastam da tão procurada felicidade...

Agora... podemos escolher escutar uma outra Voz... Uma Voz que nos fala suavemente nos convidando a descobrir nosso próprio caminho... Sem receitas prontas e aonde cada um vai escrevendo a sua própria história...

É a Voz da "ALMA"...

Para seguir esse chamado da Alma é preciso coragem... Desapego..., serenidade..., introspecção... , percepção nas entre linhas e na didática da Vida... Além de Fé e obstinação no entendimento dos seus insight... .

Fé para confiar, sem pestanejar, nos caminhos que a Alma nos indicar...

Coragem... porque em algum momento, do nosso trilhar, precisaremos abrir a nossa própria estrada... Passar por onde ninguém nunca passou anteriormente... Buscando nos mergulhos profundos na Alma, a mão que indica a direção do próximo passo... .

Desapego dos conceitos conhecidos... Das regras e principalmente do ego...
É preciso desaprender muitas coisas que aprendemos... E deixar espaço para as coisas novas acontecerem e que fazem sentido para a nossa história...

Sabendo que aqui, (na matéria), não existem limites para nossa mente racional e que os impossíveis podem se tornar possíveis quando você se propuser a materializar o seu pensamento decididamente...

Assim sendo, nos abrimos para seguir a Voz da Alma rumo à nossa meta... Aos poucos vamos descobrindo que a felicidade não se encontra nos prometidos finais da dramaturgia... Mas, em cada passo que damos conectados com o nosso propósito Divino...
Vamos percebendo que a felicidade é um atributo de cada um de nós que aparece na medida em que vamos nos conhecendo melhor e nos apoderando de quem realmente somos...

A felicidade se aproxima da gente na medida em que nos aproximamos de nós mesmos, porém sem exaltação e sem complexos patológicos...

E chega um tempo onde não conseguimos mais fugir do chamado que vem da Alma... Porque essa voz vai se fazendo tão presente e tão natural que entendemos que é a única voz que nos indica o caminho da buscada felicidade..."

quinta-feira, 22 de março de 2007

Amizade


Hj encontrei um amigo que não via há um ano. Amigo recente, um dos grandes presentes que acontecem nesses ambientes em que nada parece valer a pena. Esse amigo é um cara que sempre está pronto a ajudar, sereno, centrado. A afinidade foi imediata, o que sempre gera papos extensos, filosóficos, piadas inteligentes, enfim, a sensação de estar em casa.

Escrevi há pouco tempo sobre a sensação de estar em casa. A impermanência me pegou na curva hj. Tudo aquilo que senti lá atrás se transformou em um monte de lágrimas, um aperto no coração de tristeza, um pouco de falta de sentido, por receber tantas coisas tão estranhas e tão ruins de quem eu só esperava poder me sentir em casa.
As expectativas são minhas, portanto, eu devo cuidar disso tudo. Sensação de impotência enorme por saber que o diálogo não é suficiente. As palavras não alcançam. Não sei mais o que fazer ou deixar de fazer para que haja algum entendimento entre nós. Fico de longe, respeito, tento não nutrir a mágoa e estar presente da melhor forma. Nada parece ser suficiente.
Então, guardo isso tudo, ponho pouco a pouco a tristeza pra fora, e espero que o tempo, com toda sua sabedoria e impermanência aponte a direção. Em breve, com certeza vou escrever sobre isso de novo.

Por hoje, obrigada Massao pelo almoço, pela sensibilidade, pelo olho no olho, pela confiança, pelo compartilhar e por tudo que não sei expressar mas que ter a sua amizade me traz.
Me senti em casa, quando estava bem longe dela.

terça-feira, 20 de março de 2007

Realizaçao

"Realização não é comprar um apartamento, nem roupas, nem carros...Realização é a superação de obstáculos."

Rumo a minha realização mais um fechamento de ciclo. Carinho pela praça, pelas árvores, pelo clima, pelos rases, por tudo que fez daquele lugar uma descoberta pra mim. O convívio com pessoas tão diferentes, o trabalho em equipe, a troca.
A fotografia vai ficar no HD, sem retoques nem path.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Eu vi a Bete feliz

Entre prosecos, pessoas desconhecidas, papo furado com amigo e mãozinhas encantadas a massagear eu vi a Bete feliz.
Tudo desceu bem. Os preconceitos, as armaduras, o constrangimento. Porque a Bete estava feliz.
Uma fadinha dos olhos de purpurina com suas mãozinhas acarinhando. Um doende sapeca, muito atento e afetuoso.
Vi os olhos da Bete brilharem.
E meus olhos brilharam também, minha noite "alumiou", e eu fiquei feliz de te ver feliz.
Vc é amada e querida,
Não tenha medo.

domingo, 18 de março de 2007

Pela flor amarela viajaremos



"Pela flor amarela viajaremos:
afastaremos as nuvens espessas
e as florestas de espinhos.

Pela flor amarela, vamos e voltamos,
por escadas escuras, corredores estreitos,
falando a desconhecidos.

Onde está, dizei-nos, a flor amarela?
Era minha? Era vossa? era do seu próprio instante,
era sua, cativa por algum caçador floral?

Pela flor amarela atravessaremos a pedra,
o vidro, o metal, as palavras.
Atravessaremos o coração, como quem se mata.

Atravessaremos um novo mar desconhecido,
correremos Áfricas e Ásias, pólo e trópico,
e jogaremos nossa vida entre as estrelas.

A flor amarela está guardada em si mesma,
seu perfume, sob mil pétalas tranquilas,
seu pólen resguardado contra o vão descobrimento."

Cecília Meireles

Sais pelo sonho como de um casulo e voas

"Sais pelo sonho como de um casulo e voas.

Com tal leveza podes percorrer o mapa
e ir e vir ao acaso, ar e nome:
como as borboletas.

Não és tu, mas a tua memória com asas.

E abrem-se os palácios,
e percorres os tesouros guardados,
e és sorriso e silêncio
e já nem precisas mais de asas.

Na noite encontras o dia, claro e durável.
Voas sobre séculos e horóscopos.

Ouves dizer que te amam
como ninguém jamais poderia confessar.

Não tens idade nem tribo,
nem rosto, nem profissão.
Podes fazer o que quiseres com palavras, harpas, almas.

E quando voltas a teu casulo
já não tens nenhum medo da morte.
E em teu pensamento há néctar e pólen."

Cecília Meireles


Seja néctar e pólen nessa nova fase de sua vida.
Desejo mais que felicidade, desejo paz, uma nova vida pra vc Ká.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Amor

"Se procura o verdadeiro amor escolheu a mais difícil das tarefas. Todo trabalho não passa de uma preparação.
Amar não significa renunciar, render-se a alguém.
É um chamado a maturidade."
Kama Sutra

terça-feira, 13 de março de 2007

Dia magico


Nem sei explicar o dia de hoje.
Carro na oficina. Resolvi então tirar o dia pra mim.
Foquei, cumpri a lista, dei passos. Tudo muito prosaico, mas mágico, muitas sensações.
Sabe aqueles dias em que tudo parece dar certo?
Emoções renovadas, novo fôlego, perspectivas, horizontes.
Senti uma imensa presença em tudo o que estava fazendo. Uma alegria, um otimismo, paz.
Será que estou perto? O começo?
O primeiro "plim" da varinha de condão?
Enquanto escrevo começa a chover muito lá fora. Cheiro bom, refresco.
Wind of change.
Tô dizendo, esse dia tem algo...

segunda-feira, 12 de março de 2007

Maturidade


Refletindo essa semana que passou, penso ser a maturidade a característica que mais admiro nas pessoas hoje.
Deixar maturar o melhor de você, sua essência, estar aberto ao novo e ao diferente, aflorar transmutações que geram um iluminado estado de consciência. Normalmente uma pessoa madura é lúcida também, tem um bom grau de auto-conhecimento. Sabendo como somos temos condições de flexibilizar crenças e julgamentos. Temos mais domínio próprio. E uma pessoa madura não tem medo de se expressar, tem autenticidade, atitudes firmes normalmente com uma boa dose de generosidade, ela sabe olhar o outro.
Gosto de pessoas com valores, com espiritualidade, mas sem a maturidade tudo isso pode ficar sem sustentação. É preciso ir porfundo para alcançá-la.
Maturidade nada tem a ver com idade, embora seja muito associada a isso. É algo que se conquista na busca de uma vida inteira.
Eu aprendo com as imaturidades que me cercam, porque sei que ali também tem o espelho da minha. E de admirar os mais maduros me espelho também para enxergar novos atalhos e caminhos pra tudo isso que quero tanto conhecer e experimentar: A verdadeira vida.


Ferô, parabéns! Vc é um amigo maduro. Pela busca incessante, pela dignidade e por ter esse coração tão grande.

domingo, 11 de março de 2007

Fonte


"Sempre vá para a fonte.
Originalmente, arrepender-se significava "retornar, voltar, ir para dentro de si mesmo."
Os gregos têm a palavra certa pra isso: Metanoia, voltar-se para si mesmo, dar um giro de 180 graus. É a serpente engolindo o próprio rabo, isso é metanoia.
Volte-se para si mesmo. Em vez de ir para o outro, vá para si mesmo, volte-se, deixe que a flecha faça meia volta e retorne para a fonte de onde ela partiu.
(...) Cada atividade precisa voltar para a fonte original. A raiva que surge do seu ser precisa voltar para o seu ser; o sexo que surge do seu ser precisa voltar para a própria fonte. Lá onde o alfa e o ômega se encontram, onde o princípio e o fim se encontram, onde a serpente se volta para o próprio rabo e começa a devorá-lo, vc se torna completo, um círculo inteiro."
Tao

Ir para a fonte requer atenção. Alguns equívocos, impulsos, desejos ansiosos foram evitados esse fim de semana qdo voltei pra dentro. A flecha é a mente, qdo ela volta pra mim, dói muito mais que quando ela vem de fora. Mas logo após há uma sensação de cura, de sentido. Sensação de ter dado um passo, de seguir em frente. Sinto que posso.
Hoje essa cura vem com um pouco mais de alegria. O que me dói é o que eu mesma evitei enfrentar, o que eu resisti. Mesmo com algum sofrimento, pensar que há cada vez menos a perder me dá muita esperança. Sei que esse momento é precioso pro que quero alcançar, então me rendo pouco a pouco.
Não sei como, nem quando vens mas eu já escuto os seus sinais.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Do you know what it feels like for a girl in this world?


"Se vc for dominado pelo sol, será agressivo, ambicioso, político, caloroso, ardendo de desejo e paixão. Se vc for dominado pela lua, será sereno, receptivo, tranquilo, silencioso. Mas ambos precisam ser transcendidos pois ambos são desequilibrados. A pessoa precisa chegar a um momento em que possa dizer: Não sou homem nem mulher. Simplesmente sou. Todas as formulações desapareceram. Até hj nenhuma sociedade evoluiu a ponto de transcender ambas as energias ou sintetizá-las numa tal harmonia que o antagonismo desapareça.
O Tao é o objetivo, ou seja, criar um ser humano que seja inteiramente integrado e também uma sociedade humana totalmente integrada." Tao


Sol é yang, masculino. Lua é yin, feminino. O encontro dessas duas energias e sua transcendência representam o Tao. Sem "ismos" hj, quero falar da energia feminina. Mais do que da mulher, que é sua forma externa.
A mulher está muito yang, com comportamentos bem característicos do masculino, inclusive masculinizando seu corpo. A energia predominante no mundo já é yang, imagine a confusão que nós criamos negando ou ocultando nossa natureza yin?
A energia yin é fluida, redonda como a lua, receptiva, doce. Seu andar é suave, sua sensualidade é sutil. Ela não precisa se chocar com a yang. Elas precisam se unir e aí acontece a transcendência.
Todo dia da mulher são ressaltadas nossas diferenças e vitórias de forma muito simplista. Reduzidas a força, ou ao sexo frágil, a estética, aos problemas no mercado de trabalho, aos relacionamentos que são tão difíceis, aos sexos que não se compreendem. Penso que isso acontece porque ficamos muito no superficial. Se cada homem e mulher mergulhasse na sua própria natureza e se propusesse a mergulhar na natureza do outro, aí haveria essa síntese que resultaria num verdadeiro e maduro amor.
Proponho que nesse dia dedicado às mulheres, seja um dia dedicado a meditarmos sobre a energia yin. Homens e mulheres, especialmente hoje, reflitam sobre a fluidez, a suavidade, a introspecção, a Mãe Terra (que recebe e é fecundada), a doação, o sutil. A energia yin penetra, não violenta, e vai a fundo.

Que cada um entre em contato com sua própria natureza, que esteja aberto ao oposto, e assim haja uma sutil integração. Uma esperança que o amor aconteça de forma mais elevada e mágica, integrando almas e irradiando luz.

Como uma grande lua cheia.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Flechas


"(...) O guerreiro fica um pouco mais interessado em coisas mais elevadas, começa a procurar a verdade, a beleza, o amor. Seu interesse é mais elevado do que o do negociante. E ele está disposto a arriscar sua vida, a perder sua vida em busca desses valores mais elevados. Ele está disposto a jogar... é corajoso, a coragem o invade.
O negociante não é corajoso; se correr tudo bem, ele pode apreciar a música e a poesia, pode se sentar na sua casa, centrado e seguro, e também pensar sobre a verdade, mas não se colocará em muito perigo; ele não correrá riscos.
O guerreiro, corre riscos. Ele põe a vida em jogo, torna-se um jogador. O negociante nunca é um jogador, primeiro ele pensa no lucro e vai até determinado limite. Ele corre riscos, mas apenas até determinado limite. Trata-se de um risco limitado e ele sempre pensa sobre o lucro e que perda terá. Ele está sempre preocupado com o lucro e com a perda. Enquanto o guerreiro arrisca tudo e penetra fundo na vida."
Tao

Eu me pensava negociante. Acho que sou aprendiz de guerreira. Ou talvez uma guerreira ferida. De onde vêm as flechas? Não as vi antes. Me julgava esperta, muitas vezes fui arrogante, orgulhosa. Mas... de onde vieram essas flechas? Flechas que me colocam de joelhos na minha pequena humanidade.
Agora fico com a angústia. Lavo com ervas, limpo com óleos. Muito, muito suavemente e sem tanto questionar, aceito a humilde condição humana de receber essas flechas. (Será que vou me render?)
Hoje doeu tanto que achei por um minuto que não ia aguentar. Mas chego em casa. Aqui não há o que esconder, aqui sou eu de novo, acolhida. Cabelos molhados, não me reconheço no espelho. Vejo alguém melhor do que sou hj. Vejo alguma força que não sei da onde vem (como as flechas...). Me sinto frágil e forte. Frágil porque está um pouco difícil levantar. Mas forte porque consigo andar.


"A medida em que vc começa a crescer, novas dimensões se abrem em seu ser"

segunda-feira, 5 de março de 2007

O desafio de desaprender


"Ao aprender você conhece o mundo; ao desaprender conhece a si mesmo
Ao aprender, vc acumula conhecimento; ao desaprender, torna-se um sábio.
Ao aprender vc armazena; ao desaprender fica despido, vazio.
(...)
Você vê as flores de uma árvore, mas esse não é o conhecimento real, a menos que vc penetre fundo e conheça as raízes. As flores dependem das raízes, elas nada mais são do que a expressão da essência das raízes. As raízes estão carregando a poesia, a fonte, a seiva que se tornarão flores, que se tornarão frutos, que se tornaram as folhas. E se vc contar continuamente as folhas, flores e frutos e nunca penetrar na escuridão da terra, nunca entenderá a árvore, pois a árvore está nas raízes."
Tao

Me mostre sua fonte. Assim posso chegar as raízes. Veja minhas raízes, e vc entenderá essa árvore.
Flores sendo aparadas, desafiando as raízes a mostrar sua verdadeira força.
Logo virá a melhor flor. Aquela que vale pelas 99 que foram cortadas.

sábado, 3 de março de 2007

Recomeçando

Cortei os cabelos. O mais curto que consegui:no ombro, 7 dedos. Nunca havia feito isso antes. Medo de ficar feio, um certo apego ao cabelão que os garotos gostavam( meus namorados queriam controlar o qto eu cortava, que não era pra cortar muito e coisa e tal...) e por não me imaginar de cabelo mais curto.
Hj eu decidi. Eu pedia por um cabelo curto. E foi bem menos tudo aquilo de ruim que eu imaginava. Tô mais leve, rejuvenesci. Não sei se por ter feito algo que eu queria ou pelo corte em si.
Estou recomeçando, e tá tudo tão intenso aqui dentro que nem sei quanto já caminhei. Não vejo direito pra onde estou indo, mas algo me diz que estou próxima de algo grande. Por não saber bem a forma, dá medo de não estar saindo do lugar.
Mas hj algo concreto aconteceu: cortei meus longos e tão cultivados cabelos.

Minha primeira vez











Casting de 28 crianças, minha primeira vez fotografando sozinha. Tava super nervosa se daria certo e principalmente por ser com crianças, totalmente imprevisíveis! rs Mas a espontaneidade é tão encantadora que depois do décimo click, relaxei. Elas contagiam, não tem como não se render! Não quer sorrir, não sorri, mas quando sorri abre-se um mundo. Vergonha de sorrir por não ter dentinho, encantadas com os brinquedos não olhavam pra câmera, as meninas bem vaidosas logo posam como modelo, meninos sapecas,  outros mais rebeldes que faziam o contrário do que se pedia, algumas crianças que precisavam do estímulo dos pais... cada olhar contando uma historinha pra mim.

E quando eu menos esperava, lá estava sendo crinaça junto com eles. :-)

Essa experiência me lembrou esse texto:

"Anand Gogo, o espírito brincalhão é uma das partes mais reprimidas dos seres humanos. Todas as sociedades, culturas e civilizações têm sido contra o espírito brincalhão porque a pessoa brincalhona nunca é séria. E a não ser que a pessoa seja séria, não é possível dominá-la, não se consegue fazer com que ela se torne ambiciosa, que deseje poder, dinheiro e prestígio.
A criança nunca morre em quem quer que seja. Ela não morre quando você cresce; a criança permanece. Tudo o que você foi, ainda está aí dentro. E assim permanecerá até seu último suspiro.
Mas a sociedade sempre tem medo de pessoas não-sérias. Pessoas não-sérias não terão ambição por dinheiro ou por poder político. Elas irão curtir mais a existência. Mas, curtir a existência não irá lhe trazer prestígio, não o tornará poderoso, não irá satisfazer o seu ego, e todo o mundo do homem gira ao redor da idéia do ego. O espírito brincalhão é contra o seu ego. Você pode experimentar e ver. Simplesmente brinque com crianças e você perceberá que seu ego estará desaparecendo e que você estará se tornando uma criança novamente. Isto é verdadeiro não apenas para você. Isto é verdadeiro para qualquer um.
Porque a sua criança interior foi reprimida, você reprimirá as suas crianças. Ninguém permite que suas crianças dancem, cantem, gritem ou pulem. Por motivos corriqueiros: talvez alguma coisa possa ser quebrada, talvez elas possam molhar a roupa na chuva se correrem lá fora. Por estas pequenas coisas, uma grande qualidade espiritual - o espírito brincalhão - é totalmente destruída.
A criança obediente é elogiada pelos seus pais, pelos professores, por todo mundo, enquanto a criança brincalhona é condenada. O seu espírito brincalhão pode ser absolutamente inofensivo, mas ele é negado porque potencialmente existe um perigo de rebelião. Se a criança continuar crescendo com total liberdade para ser brincalhona, ela vai acabar sendo um rebelde. Ela não será facilmente escravizada, ela não se alistará facilmente num exército para destruir pessoas ou ser destruída.
Uma criança rebelde acabará se tornando um jovem rebelde. Depois você não conseguirá forçá-lo a se casar, a aceitar um determinado trabalho; e a criança não poderá ser forçada a preencher os desejos e vontades não realizados de seus pais. Um jovem rebelde seguirá o seu próprio caminho. Ele viverá a sua vida de acordo com seus próprios desejos internos e não de acordo com os ideais de outras pessoas.
O rebelde é basicamente natural. A criança obediente está quase morta; então os pais ficam muito felizes porque ela está sempre sob controle.
O homem é estranhamente doente: ele quer controlar as pessoas. Controlando as pessoas o seu ego fica satisfeito, ele é alguém especial. Ele próprio também quer ser controlado, porque assim ele não é mais responsável.
Por todas essas razões, o espírito brincalhão é sufocado, é esmagado desde o início.
Você está perguntando, ‘existe um lindo garotinho dentro de mim que eu negligenciei por muito tempo. Este garotinho é brincalhão, curioso e extático. Mas, na maior parte do tempo eu não lhe permito perder o controle.’ Qual é o medo? O medo foi implantado pelos outros: sempre mantenha o controle, sempre permaneça disciplinado, sempre respeite os mais velhos. Siga sempre o padre, os pais e os professores – eles sabem o que é certo para você. Nunca é permitido à sua natureza ter sua própria voz.
Aos poucos você começa a carregar uma criança morta dentro de si. Esta criança morta dentro de si, destrói o seu senso de humor: você não consegue rir com a totalidade de seu coração, você não consegue brincar nem curtir as pequenas coisas da vida. Você se torna tão sério que a sua vida, ao invés de se expandir, começa a se encolher.
Eu sempre desejei saber porque o cristianismo se tornou a maior religião do mundo. Por várias vezes eu cheguei à conclusão de que é por causa da cruz e do Jesus crucificado – tão triste, tão sério... Naturalmente você não pode esperar que Jesus estivesse sorrindo na cruz. E milhões de pessoas vêem uma semelhança entre elas mesmas e Jesus na cruz.
A sua seriedade e a sua tristeza foram as razões para que o cristianismo se espalhasse mais do que qualquer outra religião.
Eu gostaria que nossas igrejas e templos, nossos mosteiros e sinagogas se tornassem não-sérios, fossem mais brincalhões, cheios de risos e alegria. Isto traria para a humanidade uma alma mais saudável e mais integrada."

Osho

quinta-feira, 1 de março de 2007

Little children


"Difícil sair do cinema sem se perguntar por qual mistério somos condescendentes com nossas impulsões e, ao mesmo tempo, inertes quando se trata de mudar de vida. O desejo só consegue se expressar por sobressaltos. É como se contra o nosso desejo, tivéssemos erigido um dique inútil: a água irrompe forte, pelas pequenas falhas, mas sua massa não se transforma em energia para inventar a vida.
Em matéria de desejo, somos todos criancinhas, incapazes de encontrar a coragem de fazer o que desejamos, mas sempre (e apenas) tentados por potes de geléia." Contardo Calligaris

Assisto ao filme "Pecados Íntimos", daqueles bons e ácidos que fazem arder feridas. Hoje li as observações do Contardo Calligaris em seu texto da Folha e achei bem interessante o que ele considerou o tema do filme: a nossa incapacidade de mudar.

Me lembrei então de uma palestra sobre "O círculo do amor imaturo" que assisti essa semana. Segundo a palestrante, nossa primeira frustração acontece quando bebês, onde percebemos que não teremos toda a atenção que queremos e que o amor exclusivo não é possível. Trazemos conosco as marcas dessas frustrações e nos tornamos adultos que continuam buscando a completude nas coisas externas. Até aí tudo bem, se isso fosse consciente e elaborado, mas não é. Então fugimos desse medo da frustração de várias e várias formas. Seja guardando pra gente todo sentimento de raiva e ressentimento que acumulamos com o tempo, seja manifestando de maneiras extremas.

Liguei uma coisa a outra porque me parece que uma forma de "fugir" das reais questões da vida é seguir atendendo apenas aos desejos imediatos que cultivamos num hedonismo barato, sejam eles sexuais, de consumo, etc. Esse tipo de desejo não nos leva nem levará a uma mudança e transformação com sentido e nós bem sabemos disso, mas seguimos justificando nossa "liberdade" e "felicidade" em desejos atendidos, ignorando que dentro deles a semente do sofrimento brota ao mesmo tempo num círculo de insatisfação constante. É o que o Budismo chama de duka, uma palavra sem correspondência no Ocidente que significa alegria e sofrimento inseparáveis. É tudo que surge e nos faz sentir bem e queremos manter, mas com a ação da impermanência o mesmo fato que nos alegrava nos faz sentir mal e sofremos. Então assumimos uma postura controladora a fim de evitar o sofrimento e oscilamos o tempo todo.

Somos tão independentes, supostamente "resolvidos" e "adultos" mas quando nos deparamos com pequenas situações que exijam grande mudança de consciência e atitude com um preço correspondente a ser pago, simplesmente voltamos a engatinhar e pedir a chupeta. (O título original do filme é Little Children).
Veja pelos exemplos do filme: A mãe do pedófilo espera que ele mude e mesmo assim tem bibelôs de criancinhas pela casa toda. A mulher que não quer perder o marido mas coloca o filho pra dormir junto na hora da intimidade e o trata como mãe, decidindo até o melhor momento de lhe dar um celular. A outra morre de tédio e transa com o marido todo dia as 19:30, mas fica de olho no bonitão do parquinho. O bonitão cansou de ser babá do filho mas na hora de estudar para o exame da Ordem, passa noites a toa. E por último o grande executivo que se tranca no escritório para se masturbar enquanto vê pornografia na internet...

Mas se ampliarmos um pouco nossa visão e incluirmos um pouco mais que apenas nossos umbigos, percebemos imediatamente como nossa vida muda. Não por um altruísmo infantil, mas por uma real percepção de que quanto mais tomamos as rédeas de nossas questões e fazemos as lições de casa, mais inteiros e dispostos nos tornamos para a vida. E quanto mais inteiros e dispostos estamos para a vida mais nos abrimos para ela exatamente como ela se apresenta. E nos abrindo a realidade somos mais capazes de ver a beleza e a mágica de toda mudança, sem nos amargurarmos e nos ressentirmos. Naturalmente nos tornamos mais curiosos sobre a amplitude da vida e das pessoas e então relaxamos e nos sentimos a vontade no mundo. E sem grandes esforços nossos desejos mais profundos se realizam em grande escala, de uma forma que muitos estejam incluidos.

Não precisamos reprimir o desejo, nem deixar de desejar mas ter mais atenção com a qualidade dos nossos desejos, como bem diz Mark Epstein:
"O desejo é um veículo para a transformação pessoal, precisamos aprender como usar o desejo ao invés de ser usado por ele. O problema não é o desejo, é que os seus desejos são muito pequenos."



Outros filmes pra refletir: Tentação, Mentiras Sinceras e Closer.