terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Não dê esmola, dê um olhar


Hoje parei pra observar. Eu não costumo dar esmolas. Farol fechou, uns cinco meninos sairam de não sei onde com suas bolinhas no ar.
Ao redor, um falava ao celular, outro entediado olhava pro lado, uma ilha de indiferença. No final das contas, talvez para aliviar a consciência, uma esmolinha.
Eu me diverti com o menino, entrei na dança das bolas, ri com ele. Imaginava o potencial que havia ali, e como aquilo acabava por ser mecânico, como um brinquedo que vc dá corda, de novo, de novo e de novo.
No final, nenhuma moeda. Passei os olhos nos seus pezinhos descalços e me deu uma inveja danada.
Ele abriu um sorrisão e me deu tchau.

Simples assim. Feliz assim.

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