Lendo textos antigos, desabafos escritos há tempos, cheguei a uma conclusão: sou óbvia, repetitiva e previsível. Dei risada, porque sofro copiosamente achando que as novas "questões" são originais! "Por isso eu ainda não tinha passado, nunca tinha doído dessa maneira, agora sim é o fundo do poço". Hoje meus relatos antigos me salvaram desse ridículo, lê-los me fez rir muito e perceber que ainda sou um disquinho riscado.
Mas tem a parte séria e boa (nem tão séria, mas ok). Muita coisa nem me lembro mais como era. Como sofri quando perdi aquele amor? Não sei, hoje ele tem minha admiração e meu carinho. Como sofri com minha última paixão? Não sei, estava apaixonada demais pra me lembrar. Como era estar confusa profissionalmente? Não lembro ao certo, parece que tenho essa profissão há decadas. Talvez isso também ajude na repetição, pois perco a dimensão do que já passou, ou talvez seja algum indício de amadurecimento. Porém, sei dizer como foram e são os momentos felizes. E é fantástico, quando acho que estou bem resolvida, pumba, mais uma pra testar. E mais uma das antigas porque por aqui, nada de novo.
Lembrando do estudo no grupo de meditação, continuo sonhando os mesmos sonhos e pesadelos, na maioria das vezes acreditando que são reais e permanentes. E acordo para ter o choque que elucida. Confesso realmente querer parar de precisar desse choque e desejar profundamente despertar ao invés de acordar toda vez. Acho que já tenho vivências e conhecimento suficiente para contemplar, precisar de palmada na bunda hoje soa um pouco infantil.
Então, o que há de diferente? Apenas o que eu não tenho controle. Apenas aquilo ao qual estou sendo preparada sem perceber. Uma sutileza no jeito de falar, de escrever, de andar, de pegar uma xícara. Uma respiração, um beijo, uma curva a mais ou a menos no corpo, uma textura de pele, uma marca. O olhar que o outro me dá, o meu olhar ao mundo, esse é o diferencial de cada dia. Porque queridos, as questões não mudam. Ainda sofro pelo desamor, pela indiferença, pela falta, pelo medo e por todas as névoas que me tomam.
Hoje descubro que nada disso diz respeito a mais ou menos grana, nem aprovação, nem companhias e relacionamentos. Diz respeito a essa condição humana que como disse um colega budista é "nossa prisão que ao mesmo tempo é nossa liberação". Sofro porque estou descobrindo que sou humana e o que isso implica. Desconhecer essa verdade me faz ser uma farsa de mim mesma, aceitá-la me faz ser autêntica como ser humano.
Portanto, com a cara inchada e um sorriso no rosto, registro aqui: não há nada de novo. Por mais lindas palavras e filosofias que possam ser escritas hoje, visceralmente não há nada de novo.
Sou mais um corpo que se move no mundo, que deita, levanta, olha a lua e reconhece a ironia de ser tanto e tão pouco numa só existência.
"O finito se prostra ao infinito."
P.S: Dedico as feiticeiras que tomaram conta de mim hoje. Homens, quando as mulheres cuidam uma das outras com suas magias e feitiços, vocês não imaginam o poder que isso tem. Nessas horas lamento o desperdício e repressão de energia feminina que há no mundo.
Mas tem a parte séria e boa (nem tão séria, mas ok). Muita coisa nem me lembro mais como era. Como sofri quando perdi aquele amor? Não sei, hoje ele tem minha admiração e meu carinho. Como sofri com minha última paixão? Não sei, estava apaixonada demais pra me lembrar. Como era estar confusa profissionalmente? Não lembro ao certo, parece que tenho essa profissão há decadas. Talvez isso também ajude na repetição, pois perco a dimensão do que já passou, ou talvez seja algum indício de amadurecimento. Porém, sei dizer como foram e são os momentos felizes. E é fantástico, quando acho que estou bem resolvida, pumba, mais uma pra testar. E mais uma das antigas porque por aqui, nada de novo.
Lembrando do estudo no grupo de meditação, continuo sonhando os mesmos sonhos e pesadelos, na maioria das vezes acreditando que são reais e permanentes. E acordo para ter o choque que elucida. Confesso realmente querer parar de precisar desse choque e desejar profundamente despertar ao invés de acordar toda vez. Acho que já tenho vivências e conhecimento suficiente para contemplar, precisar de palmada na bunda hoje soa um pouco infantil.
Então, o que há de diferente? Apenas o que eu não tenho controle. Apenas aquilo ao qual estou sendo preparada sem perceber. Uma sutileza no jeito de falar, de escrever, de andar, de pegar uma xícara. Uma respiração, um beijo, uma curva a mais ou a menos no corpo, uma textura de pele, uma marca. O olhar que o outro me dá, o meu olhar ao mundo, esse é o diferencial de cada dia. Porque queridos, as questões não mudam. Ainda sofro pelo desamor, pela indiferença, pela falta, pelo medo e por todas as névoas que me tomam.
Hoje descubro que nada disso diz respeito a mais ou menos grana, nem aprovação, nem companhias e relacionamentos. Diz respeito a essa condição humana que como disse um colega budista é "nossa prisão que ao mesmo tempo é nossa liberação". Sofro porque estou descobrindo que sou humana e o que isso implica. Desconhecer essa verdade me faz ser uma farsa de mim mesma, aceitá-la me faz ser autêntica como ser humano.
Portanto, com a cara inchada e um sorriso no rosto, registro aqui: não há nada de novo. Por mais lindas palavras e filosofias que possam ser escritas hoje, visceralmente não há nada de novo.
Sou mais um corpo que se move no mundo, que deita, levanta, olha a lua e reconhece a ironia de ser tanto e tão pouco numa só existência.
"O finito se prostra ao infinito."
P.S: Dedico as feiticeiras que tomaram conta de mim hoje. Homens, quando as mulheres cuidam uma das outras com suas magias e feitiços, vocês não imaginam o poder que isso tem. Nessas horas lamento o desperdício e repressão de energia feminina que há no mundo.
2 comentários:
Alessandra,
Amei... sem palavras...
beijos
Bem-vinda ao clube! ;-)
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