Escuro, som de violão baixinho. Ela entra silenciosa, pequenos passos, corpo serpenteando sutilmente, mãos girando levemente. Ele entra cantando alto com os braços abertos. É dramático, como se declarasse seu amor ou lamentasse alguma coisa, mas ele quer falar com ela. Ela responde com o corpo o tempo todo, batendo mais forte, girando muito ou em silêncio, com apenas movimentos precisos e circulares.
Meus olhos fixam a barra de saia que parece feita de rosas. Ela parece carregar rosas aos pés e equilibra com muita delicadeza aquelas rosas mesmo quando levanta parte da saia e roda e gira. Mesmo quando arrasta e apenas as mãos se movem em círculos suaves ao som da castanhola.
Ele pára de cantar mas as violas ficam mais intensas. Ele sai de cena para um canto do palco e se torna só música para ela dançar. Então parece que o mundo é dela, ela se move em perfeita liberdade.
E se move numa beleza hipnotizante.
Ao final ele volta cantando pra ela, olhando pra ela, e ela o segue de costas em movimentos miúdos mas firmes, sempre com muita delicadeza.
Como se ela dançasse as dores que ele canta. Ou que ele cantasse o amor que ela dança.
Cada batida de pé no chão rearfirmava a força da guerreira. Cada movimento suave de ombros, cintura e mãos lembrava a condição de mulher. Terra, ar, água e fogo, ela movia os quatro elementos. Vê-la dançar fazia simples viver. Dançar com força masculina e sutileza feminina, integração bonita com apenas um corpo se movendo.
O resto ou é voz ou é música ou é silêncio.
P.S: Dedico a Mila, que me levou ao espetáculo de flamenco de Eva Yerbabuena no Via Funchal. Vale muito a pena.
Meus olhos fixam a barra de saia que parece feita de rosas. Ela parece carregar rosas aos pés e equilibra com muita delicadeza aquelas rosas mesmo quando levanta parte da saia e roda e gira. Mesmo quando arrasta e apenas as mãos se movem em círculos suaves ao som da castanhola.
Ele pára de cantar mas as violas ficam mais intensas. Ele sai de cena para um canto do palco e se torna só música para ela dançar. Então parece que o mundo é dela, ela se move em perfeita liberdade.
E se move numa beleza hipnotizante.
Ao final ele volta cantando pra ela, olhando pra ela, e ela o segue de costas em movimentos miúdos mas firmes, sempre com muita delicadeza.
Como se ela dançasse as dores que ele canta. Ou que ele cantasse o amor que ela dança.
Cada batida de pé no chão rearfirmava a força da guerreira. Cada movimento suave de ombros, cintura e mãos lembrava a condição de mulher. Terra, ar, água e fogo, ela movia os quatro elementos. Vê-la dançar fazia simples viver. Dançar com força masculina e sutileza feminina, integração bonita com apenas um corpo se movendo.
O resto ou é voz ou é música ou é silêncio.
P.S: Dedico a Mila, que me levou ao espetáculo de flamenco de Eva Yerbabuena no Via Funchal. Vale muito a pena.
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