"The whale doesn't sing because she has an answer. She sings because she has a song"
Ashes and Snow
Imersa na Natureza, retomo a consciência. Estar na Natureza me faz inteira e radiante e fecho um ciclo assim, precisava dela para transcender a paixão, euforia e ansiedade na mesma medida, gostoso e dolorido de sentir. Ansiosa por respostas, mergulho na escuridão de uma trilha onde não queria nada além do lúdico de adivinhar quais eram os ruídos. Sapo? Rã? Grilo? Cigarra?
Se na Natureza me fascina o mistério e é fácil, simples e natural me entregar a ele, porque não é assim na vida cotidiana? Se na Natureza eu sou valente e nenhuma supresa é negativa, onde isso fica escondido nessa cidade, nesses sentimentos, nesses padrões e condicionamentos?
Descubro que tudo que admiro nele, está em mim e que tudo que quero receber, tenho em abundância para dar. Toda alegria que a companhia dele me deu, podia experimentar sozinha e com outras pessoas. Ele me ensinou a amar mais, me ensinou o que já estava em mim, ele me despertou com a paixão. Agora descubro de forma mais fresca e viva que a paixão é muito melhor quando reconhecemos que ela nos pertence. O encantamento pelo outro está na potencialidade de encantarmos a vida e essa sim é a verdadeira magia: quando descobrimos o nosso encantamento, sentimos as mesmas borboletinhas no estômago que diante do ser pelo qual nos apaixonamos.
O outro é um espelho, um filme, onde tudo de melhor e pior é refletido. Olhar o outro e ficar só na idealização é o labirinto. Olhar o outro e se ver através e além dele, a verdadeira liberdade.
Ele me ensinou a observar minha vaidade e descubro que quando estava mais eufórica não havia problemas, apenas um ego que já experimentou inflar e se sentir sólido pode perceber o vazio que isso tem perto de apenas ser. Assim comecei a valorizar a simplicidade e apreciar ainda mais a autenticidade e espontaneidade. Ele me ensinou a ter paciência, ele me ensinou a ter compaixão, olhar o outro em seu contexto. Ele me ensinou a perdoar a mim mesma por não saber, por ser tão iniciante com tanta experiência...
Na Natureza, sou feliz por ser iniciante sempre, pois só essa condição me permite ver tudo como se fosse a primeira vez. Isso é o divino e a presença que os espiritualistas dizem! Bom aprender e desaprender, sempre. Se na Natureza sou assim, que tal trazer isso para esse momento tão intenso?
Encontro essa pequena chave entre as montanhas: depois de ansiar demais, sofrer, querer fazer a coisa certa, descubro que tudo que quero ganhar já tenho. E tudo que tenho posso oferecer o quanto e quando quiser. E quanto mais ofereço, mais irradio. Quanto mais irradio, mais atraio. Quanto mais atraio, mais presença sinto. E quanto mais estou presente, mais vida pulsa dentro de mim.
Gente é para brilhar, como alguém já disse. Quer alguém? Brilhe! Quer ser amada? Ame! Quer vencer o medo? Faça! Quer descobrir? Observe! Mas é preciso olhar pra dentro e sentir com profundidade qual é a sua verdade.
Irradie o melhor que você tem dentro de si ao invés de se perguntar porque algumas coisas não acontecem contigo. Como nessa linda frase, cante não por um motivo externo, ou uma afirmação, uma aceitação, uma resposta. Cante e irradie porque você já tem uma linda canção dentro de si mesmo e há um mundo querendo ouvir. Assim é na Natureza e por isso ela é tão maravilhosa, cada planta e animal oferecem o que têm, o que é da sua natureza. E isso é harmonia.
Então, o paraíso está criado, as portas estão abertas.
Sem segredos, o ser humano é muito óbvio, maravilhosamente óbvio que é só abrir os olhos pra ver...
Sem segredos, o ser humano é muito óbvio, maravilhosamente óbvio que é só abrir os olhos pra ver...
P.S: Dedico a Natureza maravilhosa de Aiuruoca.
5 comentários:
amanhã um mês sem você escrever para nós. venha escrever. venha.
nunca esquecerei tal frase:
"o ser humano é muito óbvio, maravilhosamente óbvio que é só abrir os olhos pra ver..."
Que lindo texto!
O lindo da paixão é que ela é muito mais inspiradora, motivadora, libertadora e iluminadora quando termina, quando nos apaixonamos por nós mesmos.
Não no sentido narcisista, egocêntrico, mas de descobrir nossa própria luz que estava encoberta pelo tédio do dia a dia e até mesmo pelo estado de paixão.
É verdade que a paixão nos tira do tédio, mas é o fim da paixão que nos tira da escuridão, da cegueira.
A luz sempre está dentro de nós, acesa, brilhando, mas muitas vezes está encoberta, cheia de pó. Dependendo de como lidamos com a paixão, a camada de pó pode aumentar mais ainda.
Por outro lado, quando nos apaixonamos pode surgir um vento na nossa alma que pode soprar esse pó. Nesse caso, a paixão se converte num potencial de transformação positiva.
Aí, temos a chance de "des-cobrir" a nossa luz, sem espelhos, sem projeções, sem compensações no outro, sem a necessidade da presença da pessoa por quem nos apaixonamos.
Nessa hora a paixão se transforma, evolui. Vira um verdadeiro estado de amorosidade. Então, amar o outro passa a ser amar a si e amar a si passa a ser amar o outro. Amar a si e ao outro é amar a humanidade, o mundo, a vida.
No amor, não existe abandono, solidão, separação e sofrimento. Só na paixão.
Transcender a paixão é deparar-se com um novo caminho, o caminho do amor, da amizade amorosa, do humanismo. E, assim, a paixão transforma-se no tempero que dá sabor à vida, e deixa de ser o alimento principal.
Um grande beijo, Alê!
roberto querido
relendo esse texto de um ano atrás aprecio mais ainda seu maravilhoso comentário tão cheio de sabedoria e entusiasmo.
muito grata por sua admiração e troca
namastê
Alê, concordo em gênero, número e garu com o que vc escreveu nesta postagem!
adorei teu blog!!!!amo a Internet por isso! tantas coisas pra aprender, pessoas maravilhosas a conhecer!
Um grande abraço e ótimo 2012 de sucesso!!!
Namastê Karina :-)
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