sexta-feira, 21 de março de 2008

Dia santo


Hoje as cinco da manhã estava um trânsito absurdo na Marginal. Pensei: O que é que está acontecendo? Todos os feriados são assim, essa loucura, o caos. Creio que poucos sabem pra onde e pra que estão indo. Mas esse post foi motivado pelo seguinte: As pessoas chegam a refletir alguma coisa sobre o espírito e essência desses feriados? Ou o importante é sair da cidade, cumprir o protocolo, seguir o rebanho que eu ganho mais?

Eu mesma parei hoje cedo pra meditar sobre a Sexta Feira Santa. Um artigo do Carlos Heitor Cony na Folha me deu esse start. Tenho uma ligação espiritual com Cristo, admiro sua história, me toca. Mas nem me lembrava os meandros do episódio que se chama Sexta-feira Santa, seus simbolismos e seus significados.
Quando silenciei, percebi a semelhança do Calvário com tudo o que passamos antes do Renascimento. Sem o sensacionalismo e todo drama católico mas na essência do que deve ter sido pra Cristo. Andar passo a passo carregando o objeto de sua morte, diante de uma platéia estática, hipócrita, irada, indiferente. Aceitar essa condição deve ter sido sobrehumano. Imagino a força interna que esse homem tinha para poder vislumbrar lá na frente a Ressurreição, quanta luz pra poder, de fato, transcender.

A história de Jesus é a história de todos nós dia a dia. Carregando tudo que vai nos levar a morte, pela simples condição de sermos mortais. E a busca pelo renascimento a cada via sacra, buscando o vislumbre de que há de haver uma transcendência, uma ressurreição pra toda essa condição em que nos encontramos. Mas enquanto o importante for um feriado, isso fará tanto sentido quanto uma cruz de ouro pendurada no pescoço.

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