Correria, ansiedade, dispersão. Num encontro de negócios, um passarinho no chão.
Inofensivo, pequenino, sem poder voar, mal conseguia andar e por um triz não foi atropelado. Foi aí que me dei conta dele.
Não consegui sair correndo pros outros afazeres, naquele momento, entrei em slow motion.
Se escondendo entre cascas de árvores ele finalmente confiou em mim, provavelmente por não haver mais saída. Sensação que não sei dar nome, ter uma vidinha daquela literalmente em minhas mãos. Pensar no alimento, no abrigo, na proteção. Imaginar a mãe dele a sua procura, e ele precisando da mãe.
O que eu estava fazendo seria mais benéfico do que deixar a natureza agir?
Não sei. Não pude deixá-lo ali. Com a humildade da impotência e a prepotência da minha humanidade, fiz o que pude.
Logo os curiosos, logo os amorosos se aproximaram.
E por um momento senti uma mágica acontecer, o mundo parou para que a aquela vida seguisse em frente. As nuvens andavam devagar, o trânsito parecia mais lento, não parecia São Paulo. Parecia uma pequena praça num lugar provinciano onde ainda se pode dar ao luxo de dar atenção as pequenas coisas da vida e a vida em suas pequenas coisas.
Obs: Era uma rolinha e quando os passarinhos são bebês nunca dê alpiste pois eles podem morrer engasgados com a casca. Dê água e papinha de arroz ou bolacha bem mole. E muita atenção.
Um comentário:
QUE HONRA, GAROTA! :D
Entro aqui pra conhecer seu blog, e vejo que o meu já está em destaque! Que legal!
Vou colocar o seu lá na máfia, também.
Saudades! Beijão!
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